QUESTÕES LITERATURA ENEM
Quiz de Literatura
Modernismo e Literatura Contemporânea
"Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose. Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez, até no erotismo. Tradutor de autores como Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada..."
Pergunta: A coesão do texto é construída principalmente a partir do(a):
Explicação:
O texto sobre Manuel Bandeira utiliza principalmente pronomes para manter a coesão e referenciar elementos já mencionados. Pronomes como "sua", "seu", "esse", "nosso" e "ele" evitam repetições desnecessárias e criam uma rede de referências que une as ideias do texto de forma fluida e natural.
"Quaresma despiu-se, lavou-se, enfiou a roupa de casa, veio para a biblioteca, sentou-se a uma cadeira de balanço, descansando. Estava num aposento vasto, e todo ele era forrado de estantes de ferro... Na ficção, havia unicamente autores nacionais ou tidos como tais: o Bento Teixeira, da Prosopopéia; o Gregório de Matos, o Basílio da Gama, o Santa Rita Durão, o José de Alencar (todo), o Macedo, o Gonçalves Dias (todo), além de muitos outros." (Lima Barreto)
Pergunta: No texto, o uso do artigo definido anteposto aos nomes próprios dos escritores brasileiros:
Explicação:
O uso do artigo definido antes dos nomes dos autores ("o Gregório de Matos", "o Gonçalves Dias") sugere intimidade e familiaridade com essas figuras literárias. Essa construção linguística revela que o personagem Quaresma tem um conhecimento profundo e uma relação próxima com a literatura brasileira, tratando os autores como figuras conhecidas e importantes em seu universo intelectual.
"Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados... A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos... Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual." (Monteiro Lobato)
Pergunta: A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela:
Explicação:
A contradição histórica está na postura da personagem Dona Inácia: ela se apresenta como uma "senhora virtuosa" e religiosa, mas mantém valores escravocratas e não aceita a nova realidade pós-abolição onde "negro [é] igual". Essa contradição entre a aparência moral e os valores preconceituosos revela o conflito da sociedade brasileira em transição do regime escravista para a República.
"Carnavália
Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por mim?" (Antunes, Brown, Monte)
Pergunta: No terceiro verso, o vocábulo "corasamborim", que é a junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da mensagem. Essa palavra corresponde a um(a):
Explicação:
"Corasamborim" é um neologismo - uma palavra nova criada a partir da fusão de "coração", "samba" e "tamborim". Esse recurso é típico da literatura contemporânea e da poesia musical, permitindo expressar de forma criativa a relação entre o sentimento amoroso (coração) e o universo do samba (instrumentos musicais). O neologismo enriquece o texto com novas possibilidades de significado.
"A discussão sobre o 'fim do livro de papel' com a chegada da mídia eletrônica me lembra a discussão idêntica sobre a obsolescência do folheto de cordel... O texto é uma espécie de alma imortal, capaz de reencarnar em corpos variados: página impressa, livro em Braille, folheto, 'coffe-table book', cópia manuscrita, arquivo PDF..." (Tavares)
Pergunta: Ao refletir sobre a possível extinção do livro impresso e o surgimento de outros suportes em via eletrônica, o cronista manifesta seu ponto de vista, defendendo que:
Explicação:
O autor defende que o conteúdo (o texto) é mais importante que o suporte físico. Usando a metáfora da "alma imortal" que pode "reencarnar em corpos variados", ele argumenta que as obras literárias podem migrar para diferentes formatos tecnológicos sem perder sua essência. Essa visão reflete o pensamento contemporâneo sobre a adaptação da literatura às novas mídias.
"Diabo de menino agora quer
Um ipod e um computador novinho
Piraí, Piraí, Piraí
Certo é que o sertão quer virar mar
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Certo é que o sertão quer navegar
Piraí infoviabilizou..." (Gil)
Pergunta: No texto, encontram-se as expressões "bandalargou-se", "infoviabilizou" e "intermetinho", que indicam a influência da tecnologia digital na língua. Em relação à dinamicidade da língua no processo de comunicação, essas expressões representam:
Explicação:
As palavras "bandalargou-se" (de banda larga), "infoviabilizou" (de informação + viabilizou) e "intermetinho" (de internet) demonstram como a língua portuguesa se expande e se adapta para incorporar conceitos da era digital. Esses neologismos mostram a vitalidade da língua e sua capacidade de criar novos termos a partir das necessidades comunicativas contemporâneas, especialmente na interface entre tecnologia e cultura popular.
"As doze cores do vermelho
Você volta para casa depois de ter ido jantar com sua amiga dos olhos verdes. Verdes. Às vezes quando você sai do escritório você quer se distrair um pouco. Você não suporta mais tem seu trabalho de desenhista..." (Cunha)
Pergunta: A literatura brasileira contemporânea tem abordado, sob diferentes perspectivas, questões relacionadas ao universo feminino. No fragmento, entre os recursos expressivos utilizados na construção da narrativa, destaca-se a:
Explicação:
A repetição insistente do pronome "você" cria um efeito de intimidade e imersão na subjetividade feminina. Esse recurso aproxima o leitor da experiência interior da personagem, fazendo com que ele vivencie diretamente seus conflitos, angústias e a sensação de opressão diante das múltiplas demandas (trabalho, maternidade, relacionamento). É uma estratégia narrativa típica da literatura contemporânea que explora a psicologia feminina.
"No capricho
O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava pelo delegado, olhava para um quadro, a printra de uma senhora... E o cabóco, em cima da bucha, não perde a linha: 'Mais dotô, inté que é uma feiura caprichada.'" (Boldrin)
Pergunta: Por suas características formais, por sua função e uso, o texto pertence ao gênero:
Explicação:
O texto apresenta todas as características de uma anedota: situação cômica, personagem ingênuo (o caboclo Adãozinho), diálogo humorístico, desfecho surpreendente e função principal de entreter. A fala final "inté que é uma feiura caprichada" constitui o "punchline" típico das anedotas, onde o personagem tenta se safar de uma situação embaraçosa com uma observação inesperada e engraçada.
"Para o Mano Caetano
O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
...E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?" (Lobão)
Pergunta: Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:
Explicação:
Na passagem "lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo", Lobão explora tanto o aspecto sonoro (a rima e assonância entre as palavras) quanto o uso coloquial ("tipo pra" em vez da forma padrão "tipo de"). Essa fusão entre experimentação sonora e linguagem informal é característica da poesia contemporânea e da canção popular brasileira, que frequentemente brinca com as possibilidades fonéticas e semânticas da língua.
"Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia assunto... Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto, ele inventava..."
Pergunta: O autor lançou mão de recursos linguísticos que o auxiliaram na retomada de informações dadas sem repetir textualmente uma referência. Esses recursos pertencem ao uso da língua e ganham sentido nas práticas de linguagem. É o que acontece com os usos do pronome "ele" destacados no texto. Com essa estratégia, o autor conseguiu:
Explicação:
O autor utiliza o pronome "ele" de forma coerente e não ambígua para se referir alternadamente a Rubem Braga e Nelson Rodrigues. A estrutura do texto - que primeiro trata de um cronista e depois do outro - permite que o leitor identifique facilmente a quem o pronome se refere em cada momento. Isso demonstra um uso competente dos recursos coesivos da língua portuguesa para construir um texto claro e bem articulado.
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